17/09/2010

Reis de Portugal

D.Afonso HenriquesD. Afonso I
Monarca de Portugal

D. Afonso I de Portugal, mais conhecido por Dom Afonso Henriques, foi o primeiro rei de Portugal, cognominado O Conquistador, O Fundador ou O Grande pela fundação do reino e pelas muitas conquistas. Era filho de: Conde D.Henrique de Borgonha, pai de D.Afonso Heniques Henrique de Borgonha

D.Teresa de Leão Teresa deLeão

condes de Portucale dependente do Reino de Leão.

Após a morte de seu pai, D.Afonso Henriques tomou uma posição política oposta à da mãe, quando esta se aliara a Fernão Peres de Trava, supostamente amante de D.Teresa.

0_-_CO~1D.Teresa, condessa de Portugal, mãe de D.Afonso Henriques era filha ilegítima de Afonso VI de Leão e Ximena Moniz.

Em 1093 Teresa foi dada pelo seu pai em casamento a Henrique de Borgonha, um nobre francês que o tinha ajudado em muitas conquistas aos mouros. Teresa tinha à data treze anos e Henrique 24. Afonso VI doou-lhes então o Condado de Portucale, território entre o Minho e o Vouga que, a partir de 1096, se estenderia entre o Minho e o Tejo. De Henrique teve vários filhos, mas poucos sobreviveram: o único varão que chegou a adulto foi Afonso Henriques e as suas filhas Urraca, Sancha e Teresa Henriques.

Depois da morte de Henrique em 1112 Teresa governou o condado como rainha, por direito próprio, sendo reconhecida como tal pelo papa, pela sua irmã, D. Urraca de Leão e Castela e, posteriormente, por seu sobrinho D. Afonso de Leão e Castela.

D.Afonso Henriques, pretendendo assegurar o domínio do condado armou-se cavaleiro e após vencer a batalha de São Mamede em 1128, assumiu o governo. Concentrou então os esforços em obter o reconhecimento como reino. Em 1139, depois da vitória na batalha de Ourique contra um contingente mouro, D. Afonso Henriques proclamou-se rei de Portuga com o apoio das suas tropas. A independência portuguesa foi reconhecida em 1143 pelo tratado de Zamora. Com a pacificação interna, prosseguiu as conquistas aos mouros, empurrando as fronteiras para sul, desde Leiria ao Alentejo, mais que duplicando o território que herdara.

Dom Afonso HenriquesEstátua em Guimarães e Lisboa, Castelo S.Jorge

Batalha de São Mamede

A Batalha de São Mamede foi uma batalha travada a 24 de Junho de 1128,entre Dom Afonso Henriques e as tropas de sua mãe, D. Teresa e do conde galego Fernão Peres de Trava, que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense . As duas facções confrontaram-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães.

Com a derrota, D. Teresa e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficaria agora nas mãos do infante e seus partidários, desagradando o bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras. D. Teresa desistia assim das ambições de ser senhora de Portugal. Existem rumores não confirmados que ela tenha sido aprisionada no Castelo de Lanhoso. Há até quem relate as maldições que D. Teresa pregou ao seu filho D. Afonso Henriques.

Castelo de LanhosoCastelo de Lanhoso, Batalha S.Mamede

18/05/2009

Cronologia do Século XX

AA3L486CA3CCEFMCANXU41PCAD7SZ8ECAD60339CA7LC0GZCA3HRX0YCAG0PRPQCAX0SBCZCAQHQX08CAYY3BCACAB72SCZCAJQ8O3ZCA8DY01ECAPEGAM5CAIFTCBJCA0DGL24CACBR47WCANVHWAP Mendes Cabeçadas - [José Mendes Cabeçadas Júnior (1883-1965)]

Nasceu em Loulé em 1883. Fez os seus estudos na Escola Politécnica e na Escola Naval, fazendo carreira na Marinha e ascendendo a contra-almirante em 1930. Depois de ter estado em Moçambique foi Presidente da Comissão de Obras de Construção do Arsenal, presidente da Junta Autónoma do Arsenal, intendente da Marinha e 2.º governador do Banco de Angola. Republicano convicto, pertenceu ao Comité Revolucionário da Marinha e participou no “5 de Outubro”. Várias vezes Deputado. Pertenceu ao Partido Unionista e ao Liberal. No final da I.ª República participou no movimento conspirativo de 1925 e no “28 de Maio” de 1926, chefiando uma das facções. Mendes Cabeçadas, depois de preso, quando se apresentara como chefe do movimento, e libertado, é empossado, pelo Presidente da República Bernardino Machado, Presidente do Ministério e ministro de todas as pastas. Fez parte do triunvirato composto por Gomes da Costa e Gama Ochoa. Gomes da Costa intima Mendes Cabeçadas a demitir-se. Pouco depois, passaria à Oposição. Morreu em 1965.

Cronologia do Século XX

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Manuel Teixeira Gomes (1860-1941) nasceu em Portimão e faleceu em Bougie, Argélia. Estudou no seminário de Coimbra, onde completou o ensino secundário. Frequentou o curso de Medicina na Universidade da mesma cidade. Numa vida de boémia, deambulou por Lisboa e Porto durante vários anos, convivendo com escritores e artistas como Fialho de Almeida, Sampaio Bruno, João de Barros, João de Deus e Soares dos Reis. Viajou pela Europa como agente de negócios de seu pai, enriquecendo a sua cultura literária, plástica e musical. Em 1911, foi nomeado ministro em Londres, tendo sido exonerado dessa função em 1918 por Sidnónio Pais. Em 1923 foi eleito presidente da República, renunciando ao cargo em 1925. Com o advento do Estado Novo em 1926, exilou-se em Bougie, na Argélia. Marcado pelo naturalismo e pelo simbolismo, a obra de Manuel Teixeira Gomes reflecte um epocurismo que leva à transformação das pessoas e das paisagens descritas em obras de arte.

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Nasceu em Vale da Vinha, Penacova, a 18 de Julho de 1866. Brilhante e temível orador, foi um dos mais destacados caudilhos republicanos. A sua vida política ganha relevo, quando estudante em Coimbra, no contexto da crise do Ultimatum, altura em que é condenado a 3 meses de prisão, devido ao seu artigo: Bragança, o último. Após um período (1895-1904) no qual exerce a sua actividade de médico em S. Tomé, regressa às lides políticas, quer como deputado, eleito em 1906, quer como conspirador contra o franquismo e a monarquia, quer na revista “Alma Nacional”. Iniciado na Maçonaria em 1907, toma o nome simbólico de Álvaro Vaz de Almada, pertencendo à loja «Montanha» e à Carbonária e vindo a ser o elo entre a Comissão de Resistência da Maçonaria e o Partido Republicano na preparação do “5 de Outubro”. Proclamada a República, tem a seu cargo o Ministério do Interior do Governo Provisório, onde ensaia modos de concertação entre o operariado e entidades patronais e concretiza a reforma do Ensino Primário, ao mesmo tempo que são criadas as Universidades de Lisboa e do Porto. Distancia-se rapidamente da corrente liderada por Afonso Costa, funda o jornal República e organiza o Partido Evolucionista. Depois de várias divergências com os “democráticos”, aceita presidir ao governo de “União Sagrada”, durante a participação de Portugal na Guerra. De 1919 a 1923 foi Presidente da República, sendo de salientar a sua visita oficial ao Brasil, em 1922, que ficou memorável pelas suas capacidades oratórias. De novo deputado por Lisboa em 1925, seria ainda escolhido para Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano em 1929, mas já não tomou posse devido ao seu estado de saúde, morrendo em Lisboa a 31 de Outubro de 1929.

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JOÃO DO CANTO E CASTRO

Alistou-se na marinha como aspirante de marinha em 1881, começando a frequentar o curso da Escola Naval, que concluiu em 1883, com o posto de guarda-marinha. Promovido a segundo-tenente em 1887, realizando uma viagem a Macau, Timor e Moçambique a bordo da canhoneira Zaire, sendo nomeado seu comandante interino em Abril de 1889.

Em 1890 pertenceu à Comissão dos Limites do Congo, sendo agraciado com a ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Em Janeiro de 1891 é promovido a primeiro tenente e colocado na Escola de Alunos Marinheiros, em Lisboa. No ano seguinte é nomeado, por sugestão do almirante Ferreira do Amaral, governador do Distrito de Lourenço Marques, em Moçambique, mas é obrigado a regressar por motivo de doença. Em 1893 transporta João Chagas  degredado para Angola, retomando de seguida o governo de Lourenço Marques, que defende dos ataques da população africana revoltada. Recebe por essa acção o colar da Torre e Espada.

Logo de seguida, é nomeado governador do Distrito de Moçamedes, em Angola, cargo que ocupará até 1896. Em 1902 regressa ao mar para comandar canhoneiras, e em Junho de 1910 é promovido a capitão de fragata, e nomeado para a Comissão Técnica da Direcção Geral de Marinha. O ministro da marinha do governo provisório da República, nomeia-o comandante da Escola de Marinheiros de Leixões, e chefe do Departamento Marítimo do Norte, sendo elogiado pelo novo regime devido à sua acção aquando das cheias ocorridas na região em Dezembro de 1911.

Em 1913 é comandante do cruzador Adamastor, que foi buscar a Macau, fazendo a viagem por terra, utilizando o transiberiano.  Promovido a capitão de mar-e-guerra, é nomeado comandante da Escola Prática de Artilharia Naval, instalada na Fragata D. Fernando.

Em 1918 é nomeado director dos serviços do Estado-Maior Naval, tendo já o posto de contra-almirante, e em 9 de Setembro é escolhido para ministro da Marinha, cargo que aceita pressionado pelos oficiais da Marinha. Devido ao assassinato de Sidónio Pais é eleito Presidente da República pelas duas câmaras do Congresso da República, de acordo com a Constituição de 1911.  Durante o seu curto mandato, terá de fazer frente à revolta republicana de Santarém, à proclamação da Monarquia no Norte, à agitação social provocada por um movimento generalizado de greves e à continuada agitação política, que fez com que tivesse nomeado quatro governos durante os cerca de 300 dias em que ocupou o cargo de Presidente da República.

Substituído em 6 de Outubro de 1919 por António José de Almeida, eleito presidente em 6 de Agosto, foi promovido a Almirante em 25 de Outubro. Nomeado Chanceler da Ordem da Torre e Espada e presidente do Conselho Superior de Disciplina da Armada, passou à situação de reforma em 1932.

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Sidónio Pais - [Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (1872-1918)]

Nasceu em Caminha a 1 de Maio de 1872. Concluiu o liceu em Viana do Castelo e seguiu para Coimbra, onde cursou Matemática e Filosofia. Em 1888 entra para a Escola do Exército, para a arma de Artilharia. Inicia então a sua carreira militar, sendo promovido a alferes em 1892 e chegando ao posto de major, em 1916. Licenciou-se em Matemática, na Universidade de Coimbra, doutorando-se no ano de 1898, universidade onde acabou por dar aulas como professor catedrático e da qual foi nomeado vice-reitor a 23 de Outubro de 1910, sendo reitor Manuel de Arriaga. Foi professor da Escola Industrial Brotero e, mais tarde, director da mesma instituição. Depois da implantação da República, e durante um breve período de tempo, ocupou o cargo de membro dos corpos gerentes da Companhia de Caminhos de Ferro. Pertenceu à Maçonaria, na Loja "Estrela de Alva" de Coimbra, com o nome de “irmão Carlyle”. Sobraçou a pasta do Fomento, no governo de João Chagas, de 4 de Setembro a 3 de Novembro de 1911. Dez dias depois, transitou para a pasta das Finanças no executivo chamado “de concentração” de Augusto de Vasconcelos, cargo que exerceu até 16 de Junho de 1912. A 17 de Agosto de 1912 foi nomeado Ministro Plenipotenciário de Portugal em Berlim, cargo que desempenhou até 9 de Março de 1916, altura em que Portugal entrou na Primeira Guerra Mundial. Regressou nesse ano a Portugal e, de 5 a 8 de Dezembro de 1917, liderou a revolta protagonizada pela Junta Militar revolucionária, da qual era seu Presidente. “Sidónio Pais contou com o apoio de vários grupos de trabalhadores (que negociaram a libertação de camaradas encarcerados por questões sociais) e ainda com a "expectativa benévola" da União Operária Nacional. O papel dos grupos civis foi determinante para a vitória dos revoltosos. Na madrugada de 8, acaba por exonerar o governo mas não iniciaria a habitual consulta para formação de governo, porque os revoltosos assumem o poder, destituindo o Presidente da República.” A 11 de Dezembro de 1917 tomou posse como Presidente do ministério, acumulando as pastas da Guerra e dos Negócios Estrangeiros. Assume a Presidência da República em 27 de Dezembro (de acordo com o decreto n.º 3701) até haver nova eleição. É então que é eleito, por sufrágio directo, em 28 de Abril de 1918, sendo proclamado Presidente da República em 9 de Maio do mesmo ano. Durante o ano em que permaneceu no poder Sidónio Pais altera a Lei de Separação entre as Igrejas e o Estado, numa tentativa de apaziguamento das relações com a Igreja (23 de Fevereiro de 1918), estabelece o sufrágio universal (11 de Março de 1918) e consegue reatamento das relações com a Santa Sé, através do envio do Monsenhor Aloísio Mazella que assume as funções de Encarregado de Negócios da Santa Sé em Lisboa (25 de Julho de 1918). Os decretos de Março de 1918, denominados de “Constituição de 1918” conferem ao regime uma feição presidencialista. A 14 de Dezembro de 1918 é morto a tiro, por José Júlio da Costa, na estação do Rossio em Lisboa.

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bernardino machado

Bernardino Machado - [Bernardino Luís Machado Guimarães (1851-1944)]

Nasceu no Rio de Janeiro a 28 de Março de 1851. Figura singular no panorama político português, atravessa o final da monarquia, toda a I República, a ditadura militar e parte do Estado Novo. Professor, ilustre académico, jornalista e político. Em 1866 matricula-se na Universidade de Coimbra, formando-se em Filosofia, tendo cursado três anos de Matemática. Em 1874 é iniciado na Maçonaria, chegando a Presidente do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano Unido e Grão-Mestre de 1895 a 1899. Em 1879 é lente catedrático de Filosofia. Dedica-se à Antropologia, introduzindo esta cadeira na Universidade. Filia-se no Partido Regenerador, fazendo a sua estreia parlamentar como deputado em 1884. Em 1890 é eleito, pela Universidade de Coimbra, Par do Reino, em 1892 é nomeado vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e em 1893 escolhido para a pasta das Obras Públicas do governo Hintze Ribeiro, com uma profícua actuação. Em 1903, afasta-se do campo monárquico, aderindo ao republicanismo, sendo, mais tarde, eleito para o Directório do Partido Republicano, de que passa a ser um dos vultos tutelares. Em 1907, toma o partido dos estudantes durante a greve académica, demitindo-se da Universidade. Proclamada a República terá uma intensa actividade política, logo desde o Governo Provisório, sobraçando a pasta dos Negócios Estrangeiros, numa conjuntura particularmente difícil, já que era necessário garantir o reconhecimento do novo regime. Foi o candidato à Presidência da República, com o apoio do grupo de Afonso Costa, não logrando ser eleito. Foi deputado às Constituintes de 1911, senador, Ministro do Interior e Presidente do Ministério (1914), regressando do cargo de Ministro de Portugal (mais tarde embaixador) no Rio de Janeiro para organizar governo. Bernardino Machado foi por duas vezes Presidente da República, sem nunca terminar o seu mandato, da primeira vez interrompido pelo golpe sidonista, em 1917 e da outra pelo 28 de Maio de 1926. Foi Presidente do Ministério em 1921, num breve governo. Exilado em Paris, é um dos fundadores e presidente da Liga de Defesa da República, publicando dezenas de manifestos contra a ditadura, continuando até ao fim da vida a lutar contra a ditadura militar e o Estado Novo. Regressado a Portugal na sequência da queda da França, em 1940, com 89 anos, é-lhe fixada residência em Vila Nova de Famalicão. Morreu no Porto a 29 de Abril de 1944.