Bernardino Machado - [Bernardino Luís Machado Guimarães (1851-1944)]
Nasceu no Rio de Janeiro a 28 de Março de 1851. Figura singular no panorama político português, atravessa o final da monarquia, toda a I República, a ditadura militar e parte do Estado Novo. Professor, ilustre académico, jornalista e político. Em 1866 matricula-se na Universidade de Coimbra, formando-se em Filosofia, tendo cursado três anos de Matemática. Em 1874 é iniciado na Maçonaria, chegando a Presidente do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano Unido e Grão-Mestre de 1895 a 1899. Em 1879 é lente catedrático de Filosofia. Dedica-se à Antropologia, introduzindo esta cadeira na Universidade. Filia-se no Partido Regenerador, fazendo a sua estreia parlamentar como deputado em 1884. Em 1890 é eleito, pela Universidade de Coimbra, Par do Reino, em 1892 é nomeado vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e em 1893 escolhido para a pasta das Obras Públicas do governo Hintze Ribeiro, com uma profícua actuação. Em 1903, afasta-se do campo monárquico, aderindo ao republicanismo, sendo, mais tarde, eleito para o Directório do Partido Republicano, de que passa a ser um dos vultos tutelares. Em 1907, toma o partido dos estudantes durante a greve académica, demitindo-se da Universidade. Proclamada a República terá uma intensa actividade política, logo desde o Governo Provisório, sobraçando a pasta dos Negócios Estrangeiros, numa conjuntura particularmente difícil, já que era necessário garantir o reconhecimento do novo regime. Foi o candidato à Presidência da República, com o apoio do grupo de Afonso Costa, não logrando ser eleito. Foi deputado às Constituintes de 1911, senador, Ministro do Interior e Presidente do Ministério (1914), regressando do cargo de Ministro de Portugal (mais tarde embaixador) no Rio de Janeiro para organizar governo. Bernardino Machado foi por duas vezes Presidente da República, sem nunca terminar o seu mandato, da primeira vez interrompido pelo golpe sidonista, em 1917 e da outra pelo 28 de Maio de 1926. Foi Presidente do Ministério em 1921, num breve governo. Exilado em Paris, é um dos fundadores e presidente da Liga de Defesa da República, publicando dezenas de manifestos contra a ditadura, continuando até ao fim da vida a lutar contra a ditadura militar e o Estado Novo. Regressado a Portugal na sequência da queda da França, em 1940, com 89 anos, é-lhe fixada residência em Vila Nova de Famalicão. Morreu no Porto a 29 de Abril de 1944.
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