Manuel de Arriaga - [Manuel de Arriaga Brum da Silveira (1840-1917)]
Nasceu na Horta, Faial, Açores, a 8 de Julho de 1840. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em 1865, abrindo no ano seguinte escritório de advogado em Lisboa, onde passou a residir. Advogado, professor, político e escritor, aderiu aos ideais republicanos, sendo um dos signatários do programa das conferências democráticas do casino Lisbonense em 1871. Pertenceu à “geração doutrinária” do republicanismo, integrando o Directório do Partido Republicano nos últimos anos do século XIX. Distinguiu-se também como orador, sendo eleito deputado pela Madeira em 1882 e 1911 e por Lisboa em 1890. Foi também vereador republicano da Câmara Municipal de Lisboa. Dedicou-se gradualmente às suas obras literárias, publicando, entre 1899 e 1907, dois livros de poesia e um de prosa. Após a implantação da República, é nomeado, em 23 de Outubro de 1910, Reitor da Universidade de Coimbra, com Sidónio Pais como Vice-Reitor. Transita depois para as funções procurador-geral da República. Foi o primeiro Presidente da República Portuguesa, eleito por proposta de António José de Almeida e sem o apoio dos “democráticos”, recolhendo 121 votos em 217, mantendo-se em funções até Maio de 1915. Adversário da hegemonia “afonsista”, chamará o general Pimenta de Castro a formar governo, em Janeiro de 1915, dando origem à instauração da ditadura. A revolução de 14 de Maio desse ano, desencadeada pelos republicanos democráticos, leva-lo-à a resignar, em 26 de Maio, ao cargo, abandonando a vida política. Publicou ainda, em 1916, um livro intitulado «Na Primeira Presidência da República Portuguesa». Morreu em Lisboa a 5 de Março de 1917.
Foi deputado constituinte em 1911 e eleito Presidente da República - o primeiro chefe do Estado do novo regime. Tentou reunificar o partido que, entretanto, se desmembrava em diferentes facções: esforço sem resultados. O seu mandato foi atribulado devido a incursões monárquicas movidas por Paiva Couceiro.
Após o "golpe das espadas", em 1915, Arriaga convidou o general Pimenta de Castro a formar governo, uma decisão que deu origem ao descontentamento e a uma revolta com centenas de mortos que consegue derrubar o general formando uma junta militar que repõe a ordem.
Arriaga é então substituído pelo professor Teófilo Braga. Morria em Lisboa, dois anos depois.
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